quinta-feira, 26 de maio de 2011

O ponto de equilíbrio do homem é meditação sobre o que é real: Devaneios acerca do tempo

O ponto de equilíbrio do homem é meditação sobre o que é real: Devaneios acerca do tempo

domingo, 15 de maio de 2011

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IDENTIDADE CRISTÃ



quinta-feira, 5 de maio de 2011

Devaneios acerca do tempo


  
 
Na sociedade em que o imediatismo é quase um deus – senão um Deus – é raro encontrar alguém que esteja desprendido dele. Preocupa-se muito mais em se viver o presente, ou atentar pra o futuro, e até rebuscar os tempos que se foram, contanto que o tempo seja o delimitador diário das nossas ações e atitudes.
A Bíblia diz que cada tempo tem seu tempo determinado. Há tempo pra tudo. Tudo é tempo. Tudo envolve o tempo. O tempo está em tudo! E talvez com tudo - e até com a perca dele! Como é belo observar a perca de tempo do povo. Como o povo tem vivido com o tempo agarrado na cintura como um estrangulador nos animais ferozes.
Como é belo olhar os britânicos que perdem uma parte importante do dia para tomar chá – sem pretensão de me tornar atrevido a ponto de importunar a rainha com meu nefando e comedido comentário tecido acerca do seu reinado. Inclusive, Deus salve a rainha! Eu sei que esse comentário será alvo de várias divagações acerca da minha pessoa, personalidade e caráter. Mas, como é de meu feitio, não posso deixar de fazê-lo. Voltando aos britânicos, não raro se encontra os pubs da Grã-Bretanha lotados às cinco para praticar seu ritual sagrado. A liturgia menos litúrgica – do ponto de vista organizacional - e mais eficiente já existente.
Não raro também, num tempo em que o mundo corre às frouxas, em determinados países, encontramos pessoas estonteadas, quando não encontramos tontas, de tanto “orar”. O mundo acaba, “Obama” Bin Laden é assassinado, navios piratas são regularizados, o casamento gay se torna comum no Brazil (lol) – e na índia, porque no Brazil é bem fácil, e todo mundo de joelhos, parado, pedindo aos deuses, quem quer que sejam, para aliviar as tensões. Ora, nem eles o fazem!
Seria irrelevante, pra quem pensa, explicar a relação que há entre as duas culturas. (Inclusive deixo a ressalva de que não estou aqui me valendo da liberdade de expressão para agredir nenhuma cultura ou – mais especificamente – nenhuma religião. Acredito, entrementes, que não será necessário mais explicações, pois aos inteligentes poucas palavras são necessárias.) Entretanto, não se pode deixar de mencionar que as peculiaridades as tornam prima-irmãs. Ambas tem regimes opressores, digamos que uma mais visível mundialmente que a outra; os achaques que os levam a parar no tempo são idealizados por quem tem poder; os modelos seguidos são hereditários (do mais rico pra o mais pobre! – Esse é o momento para o “kkkkk” conhecido de todos).
Trazendo a realidade um pouco mais pra perto, é fácil constatar a quantidade de pessoa que tem um relógio preso ao pulso – a começar em mim. Por qual motivo as pessoas andam com o relógio como que arraigado em seu pulso, como um escravo preso ao seu senhor? Este com certeza tem sido um questionamento intrigante – ou interesting, como diria o Dr. House. Tem pessoas que chegam a confundir o som do coração com o barulho do ponteiro. Tudo está muito confuso – ainda bem! Falando de causa própria, a experiência de ser controlado pelo tempo de forma mais notória torna-se aflitiva dia após dia. Não há quem possa sobreviver ao Sr. tempo. Nem a vida resiste.
A propósito, o ciclo de vida de uma pessoa, de um objeto, relevante ou irrelevante, é medido pelo tempo. Dessa forma o tempo pode ser entendido como instrumento nivelador. Pobre ou rico, preto ou branco, mulher ou homem, não pensante ou pensante, todos têm que respeitar e obedecer com muita cautela o Sr. Tempo. Afinal, ele manda e desmanda.
Com o tempo não se brinca. Isto é fato – irreversível, cá pra nós (óbvio, se é fato, não tem como mudar). A única coisa que pode ser feito, se é que há algo a se fazer, é viver. Viver e não ter a vergonha de ser feliz, como afirma o mestre Gonzaguinha. É viver o tempo que o Tempo, ser maioral, Divindade Superior, Senhor dos senhores lhes dá pra viver. Afinal, como diz Zygmunt Bauman “Vivemos tempos líquidos. Nada é para durar."

PASSOU


-----De repente, as coisas pareciam ter fugido. Eu nunca imaginei que eu poderia sentir aquilo. O beijo que ela me dara parecia que nunca ia acabar. Eu não sei se foi o beijo mesmo ou apenas a sensação, mas o que eu sei, de fato, é que aquele beijo prolixo me fez sentir a pessoa mais boba do mundo.
-----Passei dias e noites sem dormir apenas pensando. As pessoas começaram a estranhar as lindas marcas negras embaixo dos meus lindos olhos, os quais pareciam mais os de ressaca. Mas nem isso, pra mim, que apaixonado por minha beleza, me fez parar de lembrar daquele beijo.
-----A minha vida parecia ter perdido o sentido. Descobrir o que fazer para lembrar foi muito difícil, mas eu achei. A vida só voltava a ter sentido novamente quando sentia o beijo da pessoa amada.
-----Eu já estava a desfalecer. O meu sangue era apenas paixão. Minhas pernas estavam bambas. Mas para o alívio de mim eu pude sentir novamente o meu corpo (e o dela) voltarem a bater. Latejavam feito uma ferida machucada. Tudo foi muito bom. O primeiro beijo agora já não era mais o primeiro. Agora o segundo
-----Pouco depois eu pude descobrir que tudo aquilo que eu passara com ela foi esquecido por ela e a culpada disso foi a morte, que veio sem avisar.


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----------------------------(Buron Lanu)

Cultura

Cultura
A cultura viva dos cristãos que morreram para nascer